quarta-feira, 6 de abril de 2011

ARTIGO II: CÂNCER: CONHECENDO A DOENÇA SILENCIOSA


Características das células cancerosas
As células cancerosas apresentam várias características que as distinguem das normais:
·        Crescimento e multiplicação descontrolados
·        Alterações morfológicas, sendo mais arredondadas, possivelmente por serem menos adesivas às células normais circundantes e por sua membrana ser mais fluida e permitir o fluxo de diferentes substâncias.
·        Perda de inibição por contato (parar de se reproduzir ao se tocar em outra), levando a formação de várias camadas celulares.
·        Perda de afinidade celular específica (adesão entre células semelhantes).
·        Propriedades imunológicas diferentes,  com a presença de antígenos específicos tumorais na membrana celular.
·        Desdiferenciação (células cancerosas são menos especializadas que as normais).
·        Invasividade, propriedade pela qual as células malignas invadem qualquer espaço disponível.
·        Maior e mais rápida captação de glicose que as células normais.
·        Utilização de metabolismo anaeróbico, mostrando glicólise acelerada e secreção de grande quantidade de ácido lático.
·        Citoplasma indiferenciado, com organelas mal desenvolvidas, mudanças degenerativas e presença de inclusões citoplasmáticas.

Quanto à origem do tumor

Há evidências de que a maioria origina-se de uma só célula (origem monoclonal), indicando uma base mutacional para o câncer: cada célula retém a mutação somática inicial, escapa ao controle regulatório, multiplica-se rapidamente e um conjunto de células mutantes formam um tumor, cujas células são todas descendentes da célula original. Como exemplos de tumores de origem monoclonal, citam-se a leucemia mielocítica crônica e o linfoma de Burkitt.
Por outro lado, alguns tumores podem apresentar origem policlonal, como o carcinoma da mama e a neurofibromatose.

Aspectos genéticos do câncer humano

Generalizações:
·        Embora raros alguns tipos específicos de câncer podem ter herança genética mendeliana;
·        Predisposição familiar ao câncer, com frequência de vários tipos de tumores, sem indicação de transmissão monogênica;
·        Existe uma forte associação entre vários tipos de câncer e anomalias cromossômicas;
·        Alguns tipos de câncer estão associados a reparos defeituosos do DNA;
·        Os fatores genéticos parecem ter maior importância etiológica em pacientes com doença bilateral e de aparecimento precoce do que em pacientes com câncer unilateral e de surgimento tardio;
·        Há fatores ambientais predisponentes ao câncer: radiações, alguns vírus e substâncias químicas consideradas carcinogênicas, demonstrando que fatores genéticos não são os únicos a exemplificar o surgimento de neoplasias.

Fonte: Borges-Osório, Maria Regina Genética humana / Maria Regina Borges-Osório e Wanyce Miriam Robinson. -2. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário